Dividia o asfalto em paralelepípedos
Pra que durante a viagem
Pudesse sentir meus passos
Era meu desejo, meu objetivo
E os corações expostos
Ficava a observar
Contando as estrelas
Que não poderia contar
E não podendo fugir daquela escuridão
Fingia que dormia
Admirando a imensidão
Da metrópole que me dividia
De norte à norte caminhava
Com a maleta de viagem que tinha
E quando a coisa apertava
A honestidade que me vinha
Era como estaca nos ossos
E me fazia lembrar das libélulas
Ah, que felicidade era aquela!?
Para cá eu voei
Mas para onde voaria você, libélula?
Sonhava voar para longe
E quem estivesse do meu lado
Seria varrido pelo vento do inverno
Que chegara atrasado
E ainda assim
Ao seu lado
Descalço, sentia frio
Ficava eu envergonhado
E contava as noites solitárias
No recanto do meu quarto
Mesmo assim
Para essa cidade eu viria
E com todas as minhas forças
Admiraria os idiotas dessa metrópole
E amaria, sempre de pé
E cabeça erguida
Nessa metrópole que faz
Da minha vida tão sofrida
Agarrado a essa garrafa de indignação
Que me perfura o coração
E me faz lembrar das libélulas
Ah, que felicidade era aquela!?
Para cá eu voei
Mas para onde voaria você, libélula?
Poema adaptado da música japonesa TONBO, de Tsuyoshi Nagabuchi.