Nos
invernos chuvosos de vidraças embaçadas
Foram
tortuosas horas de estupor noturno
Meu
corpo frágil, tísico e taciturno
Deitou-se
sob o céu, amortalhado
No
peito, um incômodo chiado
Arranhando
o âmago tuberculoso
Na
alma deste horrífico lamentoso
Resquícios
de vida, ignorados
Tomo
um chá na madrugada fria
Um
brinde solitário, uma agonia
Deste
defunto ainda não enterrado
Brindo
aos mortos e também aos vivos
Aos
enfermos, aos esquecidos
Brindo
ao repouso dos corações dilacerados.