Mistério ao vento (1971), de Reynaldo Fonseca. |
Fui
e sempre serei
um homem nú-
mero.
Um resultado errado
para os problemas da vida.
Alma trans-
ferida
que não cicatriza.
Gente espontânea-
mente indecisa.
Fui
e sempre serei
um homem só-
brio.
Uma vil incógnita
para uma equação perdida.
equações perdidas na vida
ResponderExcluirinúmeros resultados
cicatriz forjada na alma ferida
Gostei do brincar com a linguagem matemática e com a segmentação das palavras produzindo ambiguidades. Tudo de bom
ResponderExcluirMuito bom! Esteticamente criativo. Os finais dos teus poemaa são sempre ótimos!
ResponderExcluirQuem nunca se sentiu uma incógnita para si mesmo né... acho que é por isso que escrevo para tentar desvendar equações rs
beijos
Todos somos essa incógnita (palavra chatinha, me enrolo pra dizer, um verdadeiro trava língua, rs.), nem nós próprios nos entendemos, as vezes, nos surpreendemos. A verdade é essa, mais é a ai que reside talvez o belo, a ânsia do aprendizado, nessa inconsciência, nessa imprecisão de dados. Abraços.
ResponderExcluirEu tenho por mim que o mundo é como é somos nós que complicamos, transformamos tudo em infinitas incógnitas. Tudo tornaria-se mais simples se não complicássemos tanto. Belo poema.
ResponderExcluirAbraços.
Belíssimos versos...a superposição de "Gente espontânea / mente indecisa" e "Gente espontâneamente indecisa" é pura arte poética...um verso que é raiz de duas equações, ou superposição de dois poemas.
ResponderExcluirParabéns!
Você é mestre nesses jogos de palavras Girotto! Raramente se vê tamanha habilidade! E o modo como esses recursos estéticos se encaixam com a temática é simplesmente notável. Parabéns!
ResponderExcluirNunca me decepciono ao voltar aqui.
Incógnita, a palavra chave. Poema pra meditar...
ResponderExcluirAbraço.