FRIEZA

by 22.8.15 14 comentários

No teu último suspiro... vi-me em teus olhos
Enxerguei na tua retina minha própria morte

Sacrifiquei tudo que eu mais amava
E enterrei contigo minha pouca sorte

Os nossos dias foram tão felizes
E agora estamos aqui, abraçados

Não como no calor de outrora
Mas agora, dois corpos gelados

O teu, porque o sangue não corre
E mesmo o coração já não bate

O meu, da frieza cruel, assassina
Embora no peito ainda bata um coração escarlate.

Girotto Brito

Escritor

Poeta e contista, autor do livro "Os três lados da moeda: vida e morte em poesia" e colaborador em diversas antologias de contos.

14 comentários:

  1. Vocês eram felizes... Por que esse triste final?...
    Mas, o poema é muito bonito, Dênis!
    Bom domingo, grande abraço!!!

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    1. Que bom que gostou, Shirley.
      A intenção foi transmitir a ideia de um amor doentio. A reflexão de quem, num momento de fúria causa uma tragédia e logo após cai no arrependimento.
      Tenha uma boa semana. Abraços!

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  2. Que lindo poema,amigo!
    Os amores passam por nossa vida e nos deixam as boas lembranças!
    Outros amores virão, com certeza!
    Amar,Amar, Amar,
    nada mais sublime do que o Amor!
    Bjo e bom domingo!
    http://www.elianedelacerda.com

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  3. Girotto, você sumiu!.. porém voltou com um layout INCRÍVEL! Me surpreendi quando entrei aqui, de verdade. Parabéns.

    Quanto ao texto, gostei muito. Ficou parecido com o que eu costumo escrever - na verdade a ideia central ficou parecida com a que eu costumo passar.
    Parabéns, senti saudade de te ler. Volta!

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    1. Estou voltando, minha querida. :)
      Estava num período complicado de lançamento de livro, dissertação de mestrado, trabalho, etc. Mas creio que já conseguirei administrar tudo. Fico feliz que tenha gostado do layout, fazia algum tempo que eu estava planejando criar esse tema.
      Estou numa fase de escrever poemas sombrios e postarei alguns aqui.
      Grande abraço e uma abençoada semana pra você.

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  4. Amigo Dênis, triste fim do romance, ela morta e ele o assassino, colocastes em versos de forma tão poética uma dor que muito se vê em vida real, em noticiários!
    Abraços e obrigada pelo carinho da visita, fico feliz com sua volta, muito bom te ler!

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    1. Obrigado, amiga. Eu que agradeço sua presença aqui neste espaço.
      Abraços e uma abençoada semana.

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  5. Voltaste com um layout magnífico Girotto! Adorei! assim como me arrepiei com a densidade e inclemência do poema.

    Também senti falta de te ler, seus poemas são dignos de estar em livros sobre Literatura Moderna.

    Grande Abraço

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    1. Fico feliz que tenha gostado, Vitor, e agradeço pelo prestígio à minha escrita. Também gosto de ler seus texto que, diga-se de passagem, são excelentes!
      Grande abraço!

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  6. Olá, Girotto !

    Me deixe elogiar, primeiramente, o design k você escolheu pra seu blog. Lindo, arrumado e suave, mto suave.
    É a primeira vez que aqui venho, e espero não ser a última, se Deus quiser, e os olhos comem, em termos de olhar/observar, mais do k a boca, a meu ver.

    A imagem k encima seu poema está de arrasar. Bela, sensual e mto mulher.

    Qto ao seu poema, que está master bem feito, na temática, na disposição dos versos, na métrica, até, adorei ler.
    É um poema mesclado de tristeza, mas também de alegria e de encantamento. AMAR DEVERIA SER, SEMPRE, MOTIVO PARA SERMOS FELIZES, E NÃO PARA SOFRERMOS.

    De qualquer jeito, fico mto feliz e sossegada, pke em seu peito bate ainda um coração escarlate, ou seja, que está pulsando, mas só com sangue arterial (risos). Cientificamente, tal não é possível, mas poeticamente, tudo pode ser, tudo pode acontecer.

    Dias luminosos.

    Abraços.

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    1. Fico imensamente feliz com sua visita, Céu. E maravilhado com seus elogios.
      Poeticamente podemos tudo, né? rsrs. Por isso amo a poesia.
      Grande abraço!

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  7. Lembrei de uma musica antiga, Girotto, que diz: "Eu desconfio que o nosso caso está na hora de acabar Há um adeus em cada gesto, em cada olhar Mas nós não temos nem coragem de falar Nós já tivemos a nossa fase de carinho apaixonado De fazer versos, de viver sempre abraçados Naquela base do só vou se você for Mas, de repente, fomos ficando cada dia mais sozinhos Embora juntos cada qual tem seu caminho E já não temos nem vontade de brigar Tenho pensado, e Deus permita que eu esteja errada Mas eu estou, eu estou desconfiada Que o nosso caso está na hora de acabar." Poxa! Triste... Mas fazer o que? Sempre um lado sai mais machucado, continua a gostar, apesar... Excelente poema, reflexivo como eu gosto. Abraços!

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    1. A música realmente cai muito bem ao poema, embora neste último a separação tenha sido trágica.
      Grande abraço, Fábio! :)

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