VERTIGEM
I
Amortecendo a saudade
em lençóis
de lembranças
escassas
A morte sendo vontade
entre as quatro
paredes
do quarto
II
Em fraque sendo verdade
Sem fraque
levado
ao fracasso
Enfraquecendo a vaidade
em nós
de corda
de aço
III
Empobrecendo a cidade
entre becos
imundos
que nasço
Em pobre sendo vantagem
o ônus
de março
à março
IV
Apodrecendo a cultura
nas entranhas
dos castelos
de aço
O podre sendo figura
entre escudos
de tudo
que é vago
V
Anoitecendo a linguagem
entre linhas
da literatura
que faço
A noite sendo vertigem
no lançar
dos corpos
no espaço.
Girotto Brito
EscritorPoeta e contista, autor do livro "Os três lados da moeda: vida e morte em poesia" e colaborador em diversas antologias de contos.
Ficando cada vez melhor nesses jogos de palavras, muito bom mesmo!
ResponderExcluirObrigado, Aline. Essa brincadeira com a língua em sintonia com o sentimento que se quer transmitir é um exercício e tanto para quem escreve. :)
Excluirto gostando do jogo de palavras.
ResponderExcluircru e intenso
Que bom que está gostando, Tia.
ExcluirUma brincadeira gostosa com as palavras, unida a um sentimento alucinande de real vertigem na sonoridade e interpretação dos versos. Show!
ResponderExcluirQue comentário poético! Adorei. :)
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