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Um mês se passou e ela se foi.
Durante alguns meses continuamos namorando por telefone, eu ligava ou ela
ligava, passávamos horas falando um do outro, contando sobre nossas vidas,
principalmente sobre a dela que havia mudado bastante. Eu não ligava para os
custos das ligações, só precisava ouvir sua voz. Tinha uma voz linda. Quando
ela começava a falar parecia que eu estava diante de um livro e automaticamente
eu me desligava do mundo, era só eu e Fernanda. Mas os meses foram passando, eu
fui conhecendo novas pessoas, ela também, e junto com os meses foi passando
também nosso amor. Acredite, um amor é capaz de resistir à distância, mas não
ao tempo. Este é cruel com os amantes e, como um balde de água fria, vai
apagando dia a dia aquela fogueira que só quem ama sabe da existência, e mesmo
que não apague por completo, deixa fraco o bastante para que se extingue com
qualquer sopro do vento.
Depois de oito ou nove meses eu
já não ligava mais com a mesma frequência. Estava fazendo faculdade e tinha
muitos afazeres, mas isso não me impedia de ligar, o fato era que ambos
relaxamos e abrimos a porta para o que veio a acontecer.
Certo dia, meu pai foi convidado
a ir num aniversário de uma filha de um cliente seu. Meu pai, como todo bom
empresário, confirmou sua presença na festa e junto, levou a mim e a minha
irmã, Denise. Eu odiava essas festas clichês que sempre tínhamos que ir para
agradar os clientes de papai, geralmente eram muito chatas e as pessoas eram
velhas demais para minha idade, mas essa, logo que cheguei percebi que iria
gostar, pois assim que desci do carro na frente da casa onde estava acontecendo
a festa, apurei os ouvidos e pude reconhecer a música ‘Novos Horizontes’
dos Engenheiros. Eu adorava Engenheiros do Hawaii, passava o dia escutando.
Entramos, tinha muita gente,
minha irmã foi cumprimentar algumas amigas dela e meu pai se dirigiu em direção
aos pais da aniversariante para mostrar que estava lá prestigiando a festa.
Reconheci poucos rostos familiares, cumprimentei alguns, mas permaneci num
canto do salão vendo as dezenas de pessoas rirem, beberem e dançarem. Aceitei
uma lata de cerveja que me ofereceram e notei que tinham mudado a música para
forró. Não sabia dançar. Denise passou por mim e perguntou por que eu estava
tão parado. Em resposta fiz um gesto com as mãos indicando que estava entediado
e ela balançou os ombros como quem queria dizer ‘não posso fazer nada’. Nesse
momento a música cessou, ouvi alguém falando aos convidados, mas não entendi o
diziam, então todos começaram a se aglomerar próximo à mesa do bolo e percebi
que era a famosa hora de cantar o PARABÉNS. Fui também pra não ser desagradável.
Todos se empurravam pra ver a
aniversariante, então preferi não me aproximar muito, não gosto de
aglomerações. Cantaram, bateram palmas, riram, brincaram e depois, como sempre,
se afastaram e voltaram a dançar, beber e gritar. Foi nessa hora, em que todos
saíram da minha frente que pude ver a aniversariante...
Continua...
Comooo assim continua????
ResponderExcluircadê o restooo???
bora logo quero saber do final =P