Não
faz tempo que te conheço
Vi-te
passear outro dia
Criei
por ti exímio apreço
Entorpecido
fiquei
Perdi-me em devaneio
E com receio nem sequer me aproximei
Perdi um dia inteiro, entristecido
Vi, de longe, tua polidez
Quase
me esqueço
Do
pobre homem que sou:
Assimétrico
adereço,
Intrépido
sonhador
Quem
dera eu fosse sagaz como você
Perspicaz
em toda minha candidez
Mas
o amor é algoz, querida
É
fera feroz a destilar acidez
Resta-me
ser condescendente
Enxergar-te-ei,
sempre
De
forma esp(a/e)cial
E
manterei eternamente
—
mais do que o normal —
Esse
amor oculto,
Latente,
Abissal.
© Girotto Brito
o amor é belo demais para ser omitido como se nunca machucasse o peito.
ResponderExcluiré belo demais quando proporciona e inspira versos assim.
quando cria passagens/expressões tão criativas quanto o jogo de palavras/ideias entre especial e espacial.
porque amor é sentir e deve ser dito, deve ser mostrado.
a gente nunca sabe o que o outro sente: até as mentes mais previsíveis podem surpreender.
beijo
Muito bonito o seu comentário, Carol.
ExcluirObrigado pela visita.
Bjão :)
"Mas o amor é algoz, querida
ResponderExcluirÉ fera feroz a destilar acidez" EU!
já disse que estou adorando os jogos de palavras? cada vez melhor maninho. ah, felicíssima pelo livro =] meu exemplar é autografado!
que as coisas continuem dando certo
Desconstruindo blog
Claro que será autografado, maninha. :)
ExcluirQue lindos versos, Dênis!
ResponderExcluirO amor é assim: as vezes espalhafatoso, barulhento... Mas as vezes é tímido e prefere ficar num cantinho oculto, esperando o momento certo para se despir.
Muito bom te ler.
Beijo, amigo.
Obrigado, Lu. Fico feliz que tenha gostado e agradeço as visitas.
ExcluirBjão.
Eras parabéns Dênis, que forma criativa para descrever um amor platônico!
ResponderExcluirSempre achei amores calados tão belos, deve ser por causa do meu romantismo rs, mas é tão difícil expressar algo assim sem parecer clichê, já que o próprio romantismo é tão clichê rs... E tu como sempre expuseste tua criatividade, adorei a expressão amor latente, incrível!
beijos.
Obrigado, Lu. Realmente é sempre um desafio falar do amor. Esse sentimento já foi tão escrito e reescrito durante milênios que expressá-lo de maneira autêntica não é tarefa fácil. Rsrs.
ExcluirGrande abraço!
Que estranho nem sempre amamos quem nos ama, e quem nos ama não amamos, porque o amor geralmente é divisão, desencontro, desencanto, subtração e dificilmente é soma. Abraços, Girotto.
ResponderExcluirBem colocado, Fábio. Há quase sempre uma certa ingratidão no amor, ou quem sabe uma univalência. Obrigado pela visita. Abraços!
ExcluirMuito bom Dênis, como sempre destilando sentimentos em versos calculados e inventivos.
ResponderExcluirCertamente você é um dos melhores poetas dessa nova geração.
Abraços meu caro.