O AMOLADOR DE FACAS

by 26.5.14 6 comentários

Imagem: Kazimir Malevich, O Amolador de Facas, 1912.


O suor escorre-me à face
Trêmula de puro medo
O amolador afia a faca 
Nos limites da falha
Que guarda em segredo

No esmeril do silêncio
Uma palavra ecoa 
Da carne que fatia
Da lâmina que penetra
Do sangue que voa

Fio de aço em meu peito
Feito brasa na alma
E não há nada que dê jeito 
Que desfaça o feito
Dessa triste valsa

E dança o amolador de facas
A sonora música da morte
Para a carne que ele fatia
Para a vida que des(a)fia
Brinca com a própria sorte.


Girotto Brito

Escritor

Poeta e contista, autor do livro "Os três lados da moeda: vida e morte em poesia" e colaborador em diversas antologias de contos.

6 comentários:

  1. Muito interessante seu poema, particularmente o jogo de palavras e as imagens que elas invocam.

    Aliás, todo o seu blog é admirável.

    Se quiser, visite o meu singelo espaço também.

    http://leigopoeta.blogspot.com.br/

    Abraço

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    1. Obrigado Vitor, é sempre bom encontrar outros poetas na blogosfera. Visitando seu espaço em 3, 2, 1... :)

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  2. Sinistro!
    Um mix de arte, psicopatia e poesia. Incrível esse seu jeito de lidar com as palavras. E o quadro do Kazimir caiu como uma luva na ilustração do poema. Parabéns!

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  3. Que tudo >< Amei, mas é meio forte né ?

    Fiquei surpresa com a mudança do visual, ficou muito bom e ameiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii me ver no top comentarista que lindo *--*

    beijinhos da Lêeh

    http://maetoescrevendo.blogspot.com.br

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