No asfalto das ruas de Santa Lucena
Buracos brigam por espaço
Para mim, no entanto, isso não é problema
Brincar de atleta é o que eu faço
Pulo um, pulo dois e invento um cenário
Até bato meu próprio recorde
Imaginário, é claro!
Nas salas da minha escola
Cadeiras quebradas se empilham no canto
Para mim, no entanto, isso é até legal
Porque o espanto?
Brincar de escalar é um exercício e tanto,
É sensacional!
A professora, dona Celinha
Cochila de cara na mesa
Já passou do tempo de se aposentar, tadinha
Que tristeza!
Dizem que tem três netos pra criar
E que se aposentar
O salário não vai dar
Disso meus pais também reclamam:
Contas para pagar, comida para comprar
E impostos, muitos impostos
Nem sei o que é esse negócio
Mas de comer não é!
E se é, deve ser muito caro
Pois meus pais nunca compraram
Toda noite é sempre igual
Minha mãe assiste a novela
Meu pai, o jornal nacional
É tiro, bomba, assalto, favela,
Desvios de dinheiro público,
Queda de passarela,
Sempre a mesma novela
O que passa na TV é que não cuidam da gente
Eu que não quero ficar doente!
Por isso que minha mãe sempre diz:
Esse Brasil não vai pra frente!
Quando eu crescer quero ser presidente
Para construir escolas e hospitais
E pagar um salário decente
Para que a dona Celinha não trabalhe mais
Isso é o que eu tenho em mente
Ajudar toda essa gente
Que já não aguenta mais.
Genial!
ResponderExcluirA triste realizada cotidiana contada em versos.
Histórias, estórias e outras polêmicas
Fan Page H. E. e O. P.
Maravilhoso Dênis, poeta da madrugada...
ResponderExcluirUma belíssima forma de retratar a nossa realidade ... esse problema é em todo o Brasil... É um discurso rítmico com rimas e poesias... Parabéns querido!!!